Amor e Ódio

Amor e Ódio
Joaquim Cortez

Conceito

Conceito
O que não se vê, já está visto

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Hoje eu não quero ser resistente...

Sempre penso em como ser melhor, mas nunca penso em como ser eu mesmo. Jamais abri mão de padrões, sejam meus ou sugeridos, que me lograssem o êxito proposto. Sinto que minhas forças estão aqui para ser feliz ou deixar de ser, mas como saberia que as vontades precisam ser atendidas para confirmarmos nosso espaço no universo? Sentia que a sensação do outro podia ser a minha, ou que poderia me completar delas para que o mundo girasse sem interrupções minhas. Mas temos que interromper o curso sim, para mudá-lo, para batizar uma novidade, para fazer nascer alternativas... assim pode ser que seja explicada minha dedicação. Mas... estou só, com vontade de chorar, nú. Hoje eu atendi a porta que me batia, hoje eu abri a janela para expor minha pseudo-indiferença. Hoje eu fingi surpresa por encontrar, virtualmente, o alguém que nunca me saiu do cofre cardíaco. Desde mais cedo até agora, amargo a resposta de meu singelo "oi, que bom te encontrar..." - mas diz o ditado a César o que é de César, mas me chamo Fernando...

Como se a paixão surgisse sem avisar...

Eu nunca dei espaço ao flerte, à paixão... nunca considerei sentir algo muito forte por alguém, por muito tempo.
Na verdade, eu me desfazia de sensações, abrindo mão de sentir, tentando transformar essa energia em amor pelos amigos e pela natureza... Mostrando-me a hibridez racional e seletiva. Eis me aqui, surpreendido pela 1a. paixão depois da adolescência, que arrebatou há 8 anos atrás.
Nunca detive atenção ou empenhasse esforço para procurar o meu amor. Afinal, o destino usou-se oportunamente de momentos em que os meus olhos vissem, sem buscar, e ficassem úmidos de alegria. Um sol mais forte e quente que o da estação me cobria naqueles momentos e parecia que a vida começava ali. Mas nesses momentos, minha hibridez se confundia com a covardia e o medo de descobrir enfim que se caminha só. Eu me fragilizava de tão forte, porque me defendia bravamente de mim mesmo, e só encontrava sentimentos negados, reações contidas, espaços reprimidos. Jamais me preenchi de uma sensação que não me desse algo palpável em retorno. E assim me enganei.
Ao longo desses anos, nunca senti tamanha vontade de gritar... ou pelo menos chamar por seu nome. A última visão foi quase fisicamente impossível, eu percebi que os dois tinham certeza de não terem sido vistos pela forma como se deu. Mas eu o vi no instante necessário para idealizar tantas reações. Ele por certo me reconheceu. Eu pude sentir o descaso e a sorte de não termos nos abordado. Eu senti um vazio que me faria voltar o passado se pudesse. Hoje, o meu coração está cheio de LUZ DIVINA. Mas existe um pedaço nele que mastiga um vazio. Ah, será isso amor ? Não, não deve ser. O amor é benigno. Isso é a vaidade de uma paixão não correspondida. Adoraria saber o que fazer, adoraria ser imbatível minha tática se assim se consumasse meu merecimento e meu destino. Essa sensação de vazio será aos poucos substituída pelo amor platÔnico que me direciona em paz, na escuridão do olhar. Até que o veja novamente e minha paz me abandone por algum tempo. Amor !